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Criado por Admin Propp em sex, 24/07/2020 - 11:47
A mestranda Adelina Malvina Barbosa Nunes, aluna do Programa de Pós Graduação em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto, financiado pela CAPES, CNPQ e FAPEMIG, defendeu sua dissertação, intitulada “A branquitude no ensino superior: reflexos e desafios na docência”.
Adelina Nunes, em sua pesquisa de mestrado, buscou identificar os reflexos da branquitude presentes na docência do ensino superior. O campo de pesquisa escolhido foi a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Para realizar tal análise, foi apresentado uma retrospectiva conceitual e antropológica do termo raça, de sua origem, até seu uso na atualidade como forma de representar categorias sociais. Além disso, foi proposto na pesquisa evidenciar como ideias eugenistas (teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas), difundidas no Brasil no início do século passado, migraram do campo científico para as políticas de educação. De acordo com a pesquisadora, o estudo buscou demonstrar, teoricamente, os limites de execução das leis referentes às políticas de ação afirmativa de impacto no âmbito do ensino superior federal, conquistadas pelo Movimento Negro Brasileiro, diante das escolhas dos sujeitos agentes dessas políticas. “Apresentamos algumas das contribuições da Psicologia e da Psicanálise brasileira, nos estudos sobre o tema das relações raciais e a psique, e uma análise racializada da subjetividade a partir da Abordagem Centrada na Pessoa. O perfil racial, majoritariamente branco, das e dos docentes do ensino superior emerge como um desafio na inclusão de um projeto antirracista para a educação, cenário que se faz presente também na UFOP”, acrescenta Adelina. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho foi de caráter qualitativo, usando entrevistas semiestruturadas para coletar os dados necessários. Dessa forma, foi possível notar que: “Os apontamentos emergidos evidenciaram que o padrão normalizador de raça pode afetar a compreensão de si, das e dos docentes, bem como a forma com que percebem o outro, docente ou discente, e a docência. Os reflexos da branquitude puderam ser identificados na organização da universidade, nas experiências vividas e/ou observadas na docência, e nas relações institucionais com os colegas docentes e/ou discentes.” Acrescenta Adelina Nunes. Também pode-se perceber que reconhecer os próprios privilégios, por vezes, não é o suficiente para movimentar uma inversão da ordem do racismo nesses espaços.