skip to content

Minas auríferas em Ouro Preto e a Educação das Relações Étnico-Raciais

Português, Brasil

Caroline Teixeira Alves do Nascimento, discente do Programa de Pós Graduação em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto, defendeu sua dissertação, intitulada Minas auríferas em Ouro Preto e a Educação das Relações Étnico-Raciais” financiado pela CAPES, CNPQ e FAPEMIG,  nos últimos dias.            A proposta da pesquisa, em acordo com caroline Teixeira, foi investigar antigas minas de produção aurífera na cidade de Ouro Preto e de que forma ocorrem as relações patrimoniais juntamente com a educação das relações étnico-raciais. Sabe-se que a cidade possui diversas minas antigas, presentes em quintais de casas particulares e são abertas para visitação turística pelos próprios moradores, sendo as mais conhecidas e objeto dessa pesquisa a Mina do Chico Rei e Mina Du Veloso.

A Mina do Chico Rei foi inaugurada no ano de 1702 e teve como primeiro proprietário o Major Augusto. Conta-se que a mina foi vendida anos mais tarde a mina foi vendida para um africano alforriado chamado Chico Rei  - que além da mina também compra a liberdade de diversos outros africanos escravizados. Atualmente o responsável pela mina é Antônio Alcântara Ferreira Lima, conhecido como “Toninho”. Quanto a  Mina Du Veloso, seu primeiro dono foi o coronel José Veloso do Carmo, que  se beneficiou da mão de obra escravizada para produção aurífera entre 1761-1819.  Atualmente a mina está com o segundo dono chamado Eduardo Evangelista, conhecido por todos de “Du”. Dessa forma, o trabalho propôs avaliar como esses espaços estão sendo utilizados na propagação da cultura africana e afro-brasileira e na valorização do povo negro e sua atuação na formação do Brasil, com ênfase no período do ciclo do ouro na antiga Vila Rica.

Para compreender o processo de mineração africana, Caroline sugere abordar a produção aurífera no Brasil Colônia, e também a mineração que ocorria em África durante o período que demarca o comércio do tráfico transatlântico de escravizados. "Para a composição do levantamento histórico sobre a mina do Chico Rei utilizou-se trabalhos de Santos (2019) e Silva (2007). Enquanto textos de Ferreira (2017); Sobreira (2014) foram fundamentais para as discussões acerca da Mina Du Veloso e o que se sabe sobre o trabalho africano nesses espaços."

"Para analisar como se dão as relações culturais e sociais entre estes espaços de patrimônio da mineração e a comunidade ouro-pretana e para elucidar os principais desafios e vantagens  enfrentados pelos guardiões das Minas na afirmação do protagonismo do negro na formação histórica de nosso país; na busca de compreender como esses espaços patrimoniais ricos em cultura africana contribuem na difusão da educação das relações étnico-raciais." Acrescenta Caroline. A abordagem qualitativa foi a escolhida pela autora, visto que  entrevistas com os sujeitos guardiões dos espaços e as observações de campo realizados, foram determinantes nos resultados da pesquisa. Ao fim, de acordo com a pesquisadora, conclui-se que  que esses espaços patrimoniais assumiram ao longo dos anos um papel importante na difusão do conhecimento da história dos africanos no Brasil durante o ciclo do ouro e na ressignificação da imagem no povo negro na sociedade brasileira.

 

Twitter icon
Facebook icon
Google icon